O encontro foi realizado na última segunda-feira (22) na sede da Abrapa em Brasília
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebeu na segunda-feira (22), na sede em Brasília, representantes do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC), associação de governos dos países produtores, consumidores e comerciantes da fibra, que atua como organismo internacional de commodities para a pluma e os respectivos tecidos. Kai Hughes, diretor Executivo do (ICAC), e Lorena Ruiz, economista do Comitê, conheceram o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e detalhes da atuação da Abrapa, junto às associadas e aos produtores brasileiros.
O diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, apresentou os principais números do setor no mercado global e detalhou as ações e programas executados e geridos pela Abrapa, em prol da pluma nacional. Destacou os programas ABR-Algodão Brasileiro Responsável, certificação brasileira para unidades produtivas de algodão; ABR-UBA (voltado às unidades de beneficiamento). Discorreu sobre a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro, em fase de teste nas algodoeiras da Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, e da GM, do Grupo Moresco, ao laboratório de HVI do estado de Goiás e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), localizado em Brasília.
Explicou que a SLC e a GM fazem parte do projeto-piloto de certificação e que consistiu em verificações in loco, através da inspeção das facas, retirada de amostras, conforme a IN24, e obrigatoriedade de acondicionamento das amostras em malas com lacre para envio ao laboratório, por exemplo. Ressaltou que a certificação de conformidade é um grande passo da cotonicultura no cumprimento da missão de criar um ambiente favorável ao crescimento do setor. “Assim teremos o nosso blue card brasileiro”, destacou, numa referência à chancela americana denominada green card, acrescentando que a Abrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalharam juntos, no projeto-piloto, na safra 2021/202, para a estruturação e implantação da certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro. Observou, no entanto, que isso não se faz sem um programa de rastreabilidade maduro e eficiente e a Abrapa aposta diariamente na tecnologia e na inovação como pilares para o aprimoramento e modernização do setor.
Explicou em detalhes o SouABR e a possibilidade de o consumidor rastrear a fibra da semente até o guarda-roupa. Citou as ações de promoção da pluma no mercado doméstico e internacional, por meio do Sou de Algodão e Cotton Brazil, respectivamente. O próximo desafio, segundo o diretor, é a certificação da logística que vai da saída da fazenda até o destino do produto. Para tanto, está em construção o protocolo para orientação do processo.
Kai Hughes, diretor Executivo do (ICAC), e Lorena Ruiz, economista do Comitê, ficaram surpresos em verificar como a cotonicultura brasileira se desenvolveu nos últimos anos e hoje ocupa um lugar de destaque no mercado global, como quarto maior produtor da fibra e segundo no ranking de exportação, além dos programas de rastreabilidade, certificação e sustentabilidade da produção. “Queremos ajudar a promover o algodão brasileiro mundialmente”, destacou Hughes. Segundo Portocarrero, os dirigentes do ICAC têm intenção de abrir espaço para a participação efetiva de representantes do setor privado na condução das políticas de apoio à cotonicultura mundial, criando valor ao recurso investido a partir da criação de programas de apoio e promoção do uso do algodão por parte dos consumidores mundiais.
Também acompanharam a reunião, o diretor e ex-presidente da Abrapa, Haroldo Rodrigues da Cunha, o coordenador-geral de Oleaginosas e Fibras da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sávio Pereira, e o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi.
Fonte: Notícias Agrícolas
24/08/2022