As importações de julho de 2022 foram 14,1% maiores em relação ao mesmo período de 2021
O volume de importação de fertilizantes pelo Brasil atingiu o total de 21,8 milhões de toneladas no acumulado até o mês de julho, 14,7% acima do acumulado do mesmo período de 2021. Segundo levantamento do Itaú BBA, as importações provenientes da Rússia em julho continuaram chegando ao Brasil dentro da normalidade, registrando 828 mil de toneladas, valor maior que as 751 mil toneladas vindas no mesmo período de 2021.
Já as compras originadas de Belarus foram mais baixas em julho de 2022 se comparadas com o mesmo mês de 2021, somente 26 mil toneladas no último mês, enquanto em julho de 2021 somou 306 mil toneladas. No acumulado até o sétimo mês, a Rússia originou o maior volume de adubos para o Brasil, representando 24% do total importado.
Segundo os analistas do banco, com as indústrias adiantando o volume de importações de fertilizantes desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os adubos estão chegando no Brasil com volume até acima de 2021, o que arrefece as preocupações em relação à disponibilidade do produto. Porém, com a recente queda de preços dos fertilizantes as compras do insumo pelos produtores rurais podem ter se postergado, contribuindo para o aumento desses produtos armazenados nos portos.
“Neste sentido, será importante acompanhar a logística portuária e marítima, já que sazonalmente neste momento há um aumento no fluxo logístico, principalmente com o escoamento do milho para exportação, o que pode causar atrasos. Há relatos de que os estoques de fertilizantes nos portos encontram-se elevados, o que pode concentrar o período de entrega e reduzir o volume de importação mensal até o final do ano”, disseram.
Em relação ao balanço de oferta e demanda, para que os estoques de passagem no final de 2022 sejam semelhantes aos observados em 2018 e que as entregas ao mercado sejam próximas às de 2021, segundo os analistas, ainda são necessárias importações de 16,6 milhões de toneladas até o final do ano. Para isso, é importante a continuidade do bom fluxo de importações dos fertilizantes, como foi registrado até o fim do mês de julho.
“Para que atinjamos o mesmo volume de fertilizantes entregues ao mercado em 2021, se considerarmos o volume de importação realizado até Jul/2022 e redução de estoques de passagem para o menor volume dos últimos 4 anos, as importações até o final de 2022 terão que atingir 20,5 milhões de toneladas”, afirmaram.
Importações no mês de julho
As importações de julho de 2022 foram 14,1% maiores em relação ao mesmo período de 2021. Os principais países exportadores de adubos para o Brasil, até o fim do sétimo mês de 2022, foram Rússia, Canadá e China, sendo que o Canadá aumentou a representatividade em volume comparado com o acumulado até Julho de 2021.
Em ureia, as importações de julho de 22 foram 5,4% maiores em relação ao mesmo mês de 2021. Houve uma diminuição da participação russa nas importações acumuladas no ano de 2022 versus o ano passado. No Nitrato de Amônio, o volume importado em cada mês foi menor em comparação com os mesmos meses de 2021. No acumulado anual as compras somam 464 mil toneladas, valor menor que as 835 mil toneladas registradas até julho de 2022. A origem da maior parte do insumo é a Holanda.
Em cloreto de potássio (KCl) as importações em julho de 22 foram 19,5% maiores em comparação ao sétimo mês de 2021. O Canadá passou a ser a principal origem das importações do produto no acumulado até julho de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O volume importado de MAP em julho de 2022 foi 25,9% maior em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado anual, as importações registradas também são maiores em 13,2% comparado a 2021. No acumulado até julho houve aumento da participação russa e redução dos produtos marroquinos. Já as importações de DAP em julho de 2022 foram 32,3% menores em comparação com o mesmo mês do ano passado. Ainda segundo análise do ITAÚ BBA, no acumulado do semestre o volume total é 2,5% menor contra o montante comprado no mesmo período de 2021. No acumulado de 2022 a Bulgária passou a ser a terceira principal origem do produto.
Fonte: RPA News
19/08/2022